quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pantalonas


A volta da pantalona

Eu tinha uma pantalona cor-de-rosa, uma vez. Sentia o maior orgulho daquela pantalona cor-de-rosa. Porque vivíamos numa época de pantalonas. Lembro de um diálogo de dois caras mais velhos, no portão da frente do colégio. Um deles dizia:

- Tenho uma pantalona que é bem apertada aqui na coxa e, quando chega ao joelho, se abre até ficar desse tamanhão - e mostrava as duas mãos abertas, os dedos em cê, formando uma circunferência do tamanho de um Long Play.

O outro se admirava:
- Ela arrasta no chão?


- Arrasta.


- Massa!


Minha pantalona não era tão massa, mas fazia certo sucesso nas reuniões dançantes, sobretudo quando a usava com uma camisa amarela que tinha, com golas que desabavam pelos ombros abaixo, a camisa obviamente aberta quase até o umbigo e, no peito, um medalhão à la Rei Roberto. Nos pés, um Bamba branco que usei até rasgar de puído. A maior elegância.


Atualmente, esse figurino causaria espécie, bem sei. Só que tem o seguinte: a pantalona já voltou! Há poucos anos, as mulheres usaram pantalona novamente, lembram? Sabe por quê? Porque tudo volta. (...)


David Coimbra


Zero Hora 26/02/08

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